quinta-feira, abril 29, 2010

Um olhar

A frescura e beleza da Primavera atenuando a dureza da pedra.

Fotos minhas

terça-feira, abril 27, 2010

Momento de Poesia com Paula Raposo





Flores

Envolves de magia
o ar que respiro
como se as flores todas
tivessem vindo ver-nos,
envolves-me de poesia
como se o mar me abraçasse
e me deixasse ser eu
e eu então assim
te envolvo nos meus braços
como se a poesia fosse
toda a magia de todas as flores.


Paula Raposo

Foto minha

domingo, abril 25, 2010

25 de Abril


Portugal nunca teve um cariz revolucionário nas suas raízes, contudo o dia 25 de Abril de 1974 marcou uma viragem no rumo do país, encaminhando-o para um horizonte bem distinto do vivido antes deste dia.


Para além de todos os factos históricos, já documentados inúmeras vezes, por livros de história ou simples senso comum, o que importa realçar são as grandes conquistas saídas da revolução: liberdade (expressão e manifestação, reunião e associação), o poder local, a democracia…


Muito do que hoje se tem e pode fazer fica-se a dever à revolução. Contudo a forma como as coisas são feitas nem sempre é a melhor.


O 25 de Abril enunciou todo um projecto de renovação que não pretendia deixar para trás os valores fundamentais (exaltados na época do Estado Novo) que pautavam a sociedade ordeira e respeitadora idealizada por Salazar. Porém ao anunciar uma liberdade quase total, onde tudo se pode fazer, sem limites e barreiras, nem tudo correu como previsto.


O caminho para a Democracia, nem sempre seguido da melhor forma, é um exemplo de algo que hoje ainda é alvo de dúvidas e sugestões, o que se pode retirar dos tempos que se seguiram à revolução, com a força tomada por comunistas. Da mesma forma se fala dos outros partidos que não se assumem, não tomam partido de um rumo fixo para o nosso país, deixando que o grupo a que pertencem se revele uma força de bloqueio sem precedentes, que se guia apenas por interesses próprios. Assim, tornou-se difícil, ao longo dos anos, lutar por um objectivo comum que encaminhasse o país para o sucesso e para a glória de outros tempos. Da mesma forma, a nossa sociedade caminhou e caminha para um vácuo de valores, sobretudo nas camadas mais jovens, que a tornam superficial e fútil. A Família, a Pátria, Deus, onde estão? De facto, a tão reclamada e exigida liberdade é um conceito complicado de definir, e dá-la aos jovens, pela educação, nem sempre é a tarefa mais fácil. Contudo essa educação de hoje não é melhor que a de antigamente. O desrespeito aumenta de dia para dia nas escolas, os pais não são capazes de deter as vontades dos filhos, os malefícios do álcool, do tabaco, das próprias drogas atingem camadas cada vez mais jovens. Enfim, tudo isto serve de exemplo para mostrar que não se melhorou com o 25 de Abril, talvez porque nunca foi dada uma definição concreta do que se pretendia com a “liberdade” dada pela revolução.


Pois bem, hoje ainda espero por essa resposta e, como eu, muitos portugueses que, mesmo tendo lutado ao lado dos capitães de Abril, não se revêem no Portugal de hoje, não se identificam com o caminho levado a cabo após revolução.


Quando se aborda a figura de Salazar aquando do 25 de Abril, ganha-se a percepção daquele que retirou todas as liberdades num regime opressor e totalitarista. Ora, não se devem olhar a regimes para criticar as pessoas. Salazar vingou pela determinação com que defendeu os seus valores, fosse a exaltação da Pátria, a defesa da Família, a importância de uma crença em Deus, a valorização da economia enquanto forma de ordenar uma sociedade forte, concentrada no interesse comum, na vitória de todo um País na persecução dos seus horizontes e objectivos. Por isto, apesar de reconhecer que as medidas de hoje não podem ser iguais às do seu tempo (a sociedade adapta-se ao momento e ao lugar), saliento que os valores do obreiro da Pátria são intemporais, transversais às vontades e realizações de cada um. A disciplina e o rigor têm que persistir na sociedade pois apenas dessa forma se educa a sociedade para cumprir a sua função social de ajuda ao próximo, de estabelecimento de relações que revelam o que de mais único o ser humano detém – a sua natureza social de contacto com os outros, dando lugar à sua capacidade reflexiva que resolve problemas e obstáculos ao desenvolvimento e progresso.


Marcello Caetano não teve a sua oportunidade e, hoje, África sofre as consequências de uma descolonização mal conduzida, a renovação na continuidade não teve tempo de se estabelecer. A mudança era necessária, sem dúvida, mas não nas condições em que se realizou, no estereótipo negativo que a época do estado novo ganhou e que hoje se vai alterando face aos problemas da actualidade – para além de tudo o que já foi enunciado, o fosso económico e o desleixo cultural em que caímos: porque nos encontramos no chamado grupo intitulado PIGS (Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha) que define aqueles que detêm uma situação económica catastrófica? Porque é que os governos que se sucedem não melhoram em nada esta situação e no panorama internacional perdemos progressivamente relevo de outrora? Porque é que o nosso património histórico seja na Baixa Pombalina ou noutras regiões mais interiores é deixado no desleixo, quase abandono?


Pois é, o 25 de Abril deve ser comemorado pelo dia que foi, por aquilo que idealizou, por aquilo por que se lutou. Mas comemorar o 25 de Abril de 2010 (comemorar a democracia, a liberdade, etc.) é inglório pois os heróis não tiveram seguidores que dessem acção às suas palavras e os mesmos cravos ainda não voltaram a ter vida desde esse dia. Os culpados somos nós, mas cabe a toda uma nova geração, na qual me insiro, lutar por um Portugal melhor e, quem sabe, elevar um novo cravo que simbolize, esse sim, um Portugal glorioso, rejuvenescido com as bases do respeito, da tradição, do rigor. Atingir o Portugal de um Quinto Império onde Deus quer, o homem sonha e a obra nasce.


Viva Portugal!


Guilherme Fardilha

Imagem:internet

sexta-feira, abril 23, 2010

Um olhar



Leio-as na internet, ouço-as na rádio e televisão, mas não as dispenso em papel. Estes fazem parte do meu dia a dia.
Gosto de sentir o "toque" e o "cheiro" das palavras.

Foto minha

quinta-feira, abril 22, 2010

Excertos de livros que gostei



"...não somos seres suspensos em bolas de sabão, que vagueiam felizes pelos ares; nas nossas vidas há um antes e um depois, e esse antes e esse depois são uma ratoeira para os nossos destinos, pousam-se sobre nós como uma rede se pousa sobre a presa.(...)



O destino possui todo o poder e o esforço da vontade não passa de um pretexto.(...)


...quando o caminho atrás de ti é mais comprido do que o que tens à tua frente, vês uma coisa que nunca tinhas visto antes: o caminho que percorreste não era a direito mas cheio de encruzilhadas, a cada passo havia uma seta que apontava para uma direcção diferente; dali partia um atalho, de acolá um carreiro cheio de ervas que se perdia nos bosques. Alguns desses desvios fizeste-os sem te aperceberes, outros nem sequer os viste; não sabes se os que não fizeste te levariam a um lugar melhor ou pior; não sabes, mas sentes pena. Podias fazer uma coisa e não fizeste, voltaste para trás em vez de seguir em frente.(...)


E quando à tua frente se abrirem muitas estradas e não souberes a que hás-de escolher, não te metas por uma ao acaso, senta-te e espera. Respira com a mesma profundidade confiante com que respiraste no dia em que vieste ao mundo, e sem deixares que nada te distraia, espera e volta a esperar. Fica quieta, em silêncio e ouve o teu coração. Quando ele te falar, levanta-te e vai para onde ele te levar."


"...a principal qualidade do amor é a força..."



Susanna Tamaro – “Vai aonde te leva o coração”

terça-feira, abril 20, 2010

Recordando...

Se visitarem a "Pérola do Atlântico" ou "Ilha das Flores", encontram a sua encantadora capital, Funchal.
Dotada de um clima temperado, existe uma grande harmonia entre a natureza e o homem. Desta beleza toda, saliento o mar, com suas belas praias.
Recordo, com saudade, tantos Verões lá passados e os deliciosos banhos tomados nas águas quentes de qualquer das suas praias, destacando a praia da Ribeira Brava.

Vejam o vídeo que inseri e façam comigo uma viagem de sonho. 




Vídeo meu
Fotos recolhidas na internet

domingo, abril 18, 2010

Um olhar

Guardo-o como recordação da minha avó materna. Gosto de o revirar como uma criança, olhando os diferentes "dançares" dos seus motivos, qual caleidoscópio, proporcionados pela luz ao tocar-lhe.



Fotos minhas

sexta-feira, abril 16, 2010

121 anos sem Charles Chaplin



“Cada pessoa que passa na nossa vida, passa sozinha, porque cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra!
Cada pessoa que passa na nossa vida passa sozinha e não nos deixa sós, pois deixa um pouco de si e leva um pouco de nós.
Essa é a mais bela responsabilidade da vida e a prova de que as pessoas não se encontram por acaso.”


Charles Chaplin

Imagem:internet

segunda-feira, abril 12, 2010

Momento de Poesia com Agostinho Fardilha


ANTÓNIO FERREIRA


É um dos grandes poetas do séc.XVI; nasceu, em Lisboa, a 1528 e faleceu em 1569.
Toda a sua obra lírica está compilada num volume intitulado “Poemas Lusitanos”.
“É um autor significativo e pode considerar-se o mais completo expositor português quinhentista dos padrões e valores humanos, sobretudo os relacionados com a arte literária”.

Vamos lembrá-lo através de um

Soneto




Éramos jovens e o Amor despontava
como a noite que dá lugar ao dia
e como o maná que do Céu caía.
A nossa paixão em paz vicejava.


Um dia parti, dizendo voltar.
Atrasei-me. Outro Amor a encantou.
Ardo em fogo brando, que a alma inflamou.
Tudo lamenta esta mágoa e pesar.


Embora de idade já avançada,
não esqueço desses olhos o clarão,
palavras que disseste à despedida.


Hoje minha alma chora amargurada,
mas tua doce voz, nunca esquecida,
alimenta a saudade e a solidão.




e de uma


Ode(cívica e laudatória)



Viva, António Ferreira,

cedo Deus te levou.
Tua obra seria valiosa
como a que nos deixou
Horácio. Uma leira
nele semeaste; mais rigorosa
e muito mais formosa
ficou a portuguesa
língua. Nunca usaste o castelhano.
Preferiste à riqueza
coisa mais preciosa:
a razão é útil e não causa dano;
é verdadeiro engano
apenas a coragem
física. Deste valor ao estudo
e à firme aprendizagem,
pondo em segundo plano
a inspiração. Imitar sobretudo
os clássicos em tudo.
Afirmaste que a crítica
ao poeta era uma necessidade;
também a auto-crítica
da obra ao conteúdo.
A negação da mediocridade
e a fé na verdade
por ti sempre apoiadas.
Tiveste a coragem e a ousadia
de dizer às camadas
que era uma brevidade
mudar este tipo de monarquia.
Somos todos iguais na natureza:
no nascer e no morrer, com certeza.
Frente a frente puseste
e sempre defendeste
que a aristocracia do saber
o sangue nobre devia exceder.
És contrário à rima,
que restringe a liberdade do verso;
embora seja assunto controverso,
só isso o tempo encima.
Querias que epopeia fosse escrita;
porém, só com Camões ficou bonita.
Sempre estarei contigo.

Abraça-te este amigo,


Agostinho Alves Fardilha (o meu pai)
Coimbra

Nota: respeitei a estrutura das odes quinhentistas, melhoradas pelo insigne poeta António Ferreira.
Vocabulário:
Camada =população, gente.
Encimar = concluir

Imagens:internet

quinta-feira, abril 08, 2010

Li e gostei



"Certos olhares podem valer mais do que mil palavras; Certos momentos fazem-nos esquecer que existe um mundo lá fora. Certos gestos, parecem sinais guiando-nos pelo caminho. Certos toques parecem estremecer todo o nosso coração. Certos detalhes dão-nos certeza de que existem pessoas especiais".

"Vinicius de Morais"

Foto minha

terça-feira, abril 06, 2010

quinta-feira, abril 01, 2010

Momento de Poesia com Agostinho Fardilha


Abril, chamam-te ,e bem, mês de águas mil;
benvindo sejas. És amor da juventude!
reduzes, ainda, a cinzas carro e carril;
inicia-se o mês que a todos ilude; (a)
lindas crias, oh!, já saem do redil.

(a) alusão ao dia 1, dia dos enganos.

Agostinho Alves Fardilha (o meu pai)
Coimbra

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