sábado, junho 29, 2013

Um olhar


Foto minha

Dormem na praia os barcos pescadores
Imóveis mas abrindo
Os seus olhos de estátua

E a curva do seu bico
Rói a solidão.


Sophia de Mello Breyner

sexta-feira, junho 21, 2013

Chegou!


Foto minha

Não é o habitual "formigueiro" que o anuncia, mas uma nota bucólica junto das nossas praias, onde se pode disfrutar do sol, das dunas, do mar, do sossego...

domingo, junho 16, 2013

Momento de poesia com Agostinho Fardilha


Guerra Junqueiro
Abílio Manuel Guerra Junqueiro
(1850 – 1923)

“ Oriundo do meio social duriense, muito tradicionalista e clerical, a família destinara-o à vida eclesiástica. Chegou a frequentar a Faculdade de Teologia, quando Coimbra ainda vibrava na sequência da recente Questão do Bom Senso e Bom Gosto. Acabou por se formar em Direito. Conviveu de perto com o poeta João Penha, tendo-se estreado na sua famosa revista A FOLHA. Tentou sempre conciliar a sua vida entre a cidade e o campo, entregando-se à exploração agrícola na sua terra de Barca de Alva. Aquando do Ultimato inglês, Junqueiro vibrou de patriotismo e, renunciando à monarquia, passou a antever no advento da república o princípio da regeneração da vida nacional. Com António Cândido, Junqueiro foi um dos”Vencidos da Vida” que mais tempo viveu, podendo assim ter uma imagem mais completa do que a sua geração fez ou deixou por fazer. Junqueiro foi um dos poetas mais admirados e odiados do seu tempo. Aderira ao grupo do Cenáculo, alinhando-se com os outros membros mais vivos da geração de 70. A sua poesia é ao mesmo tempo satírica e religiosa. A visão junqueiriana da comédia humana é muito complexa. Quis ser poeta/profeta como Víctor Hugo. Desejou fundir Ciência e Poesia, arvorando-se em vago mentor da revolução emancipadora de todos os ancestralismos. O momento culminante da sua actividade panfletária foi atingido com a publicação de A VELHICE DO PADRE ETERNO. Na sua visão jacobina de Deus e da Igreja, falta a Junqueiro a fina ironia voltairiana. A irreverência da linguagem e dos chascos atraiu sobre si a maldição eclesiástica e o interdito  de leitura da VELHICE DO PADRE ETERNO. A Velhice do Padre Eterno é uma sátira bíiblica e anticlerical deformadora, atenuadas por algumas jóias poéticas de pura religiosidade, de sabor humanitário e panteísta na moda. Será, aliás, esta corda final que o poeta saberá fazer vibrar com perfeição na parte final da sua vida. O próprio poeta não pode deixar de reconhecer o grosseiro facciosismo nas suas sátiras FINIS PATRIAE e PÁTRIA. Calaram-se as suas diatribes voltairianas e o poeta de OS SIMPLES, da ORAÇÃO DO PÃO, da ORAÇÃO À LUA, envereda por trilhos metafísicos, sem nunca desprezar preocupações científicas e progressistas”.

Lembremos este Grande Homem e Poeta, autor de vasta obra multiforme, através das insignificantes composições poéticas com que tentamos imitá-lo.




I
Para onde vais, mulher?


Do casebre saiu,
era noite cerrada,
um gemido se ouviu,
vindo duma trouxada.

De fome agonizava
o fruto das entranhas.
Ela tudo tentava,
mas isenta de sanhas.

Ao longe há luzes e festa.
Pula nos matagais,
chega lá muito lesta.
Pede atendam seus ais.

Como peste foi tida,
incómodo a evitar.
E dali foi corrida:
lá vai recomeçar.

Já é dia, o Sol raia.
Ouve duma choupana
choro de mãe ou aia.
A terra tem por cama.

Ambos eram meninos e Jesus os chamou.
Mistura dos Anjos os hinos e choros destas mulheres.
Recorda que Tua Mãe junto à Cruz chorou.
E Tu  podes também levá-las, se quiseres,
premiando os quatro com alegria e amor.
Os Céus aclamar-Te-ão, chamando Senhor!


II
Os Vampiros


De noite o sangue chupam ao inocente.
De dia encantam com falinhas mansas.
Nos negócios usam outras danças,
iludindo às avessas o mais crente.

Acordo com os Lusos de repente
falha e ameaçadoras vizinhanças
rompem as seculares anglo – alianças:
expulsam – nos de terra afro a serpente,

em que se transformou suja Inglaterra,
sendo famosa por pirataria,
estando pronta para toda a guerra.

De Portugal Ingleses expulsaria,
mas ficando com tudo quanto encerra
seu cofre, deixando-os em agonia.


III
A Moleirinha e o seu Burrico


Ergue-te, moleirinha, de brancas cãs.
Teu burrico, de orelhas erguidas, está
como é seu hábito todas as manhãs.
Leva trigo e milho e traz farinhas sãs.
A Lua disse adeus e o dia vem lá.

Moinho longe e virás no mesmo dia.
Burrinho vai à frente, ela atrás tangendo.
Ao ribeiro chegaram e ela sorria.
A farinha p’ros pobres será alegria.
Nos céus Querubins os estão bem dizendo.

No regresso, o toc, toc é mais apressado;
o calor foi-se e a escura noite a cair.
A cama os espera: o corpo está cansado.
Que encanto: até o asno todo esbranquiçado.
Um à beira do outro, parecem sorrir.

O mundo agradece à linda moleirinha
e ao seu lesto, dócil e humilde jumento.
Com meigo toc, toc, devagar ou asinha,
transformam o grão em macia farinha.
Vi este quadro em vetusto convento!


IV
A Velhice do Padre Eterno


Junqueiro, nunca foste tão infeliz,
atribuindo idade ao Deus Criador.
Deus é Ser incriado. Ele assim o quis.
Gerou Seu Filho, Jesus, com muito amor.

E os exemplos que usaste, isso não se diz:
causam asco e p’ra mim ofendem O Senhor.
Teu coração está podre; e tu inda te ris.
Arrepia o caminho pleno de dor.

Sei que, ao entardecer da vida, mudaste.
As blasfémias eram pecados que aos Céus
bradam e das culpas tuas te afastaste.

Tua Alma do pecado limpa tais véus
das puras noivas que tu outrora ultrajaste.
Também perdão quero p’ros pecados meus.



V
Hino ao Sol


Deus o criou,
e alumiou
quem procurou
            o Sol!

Fermento de vida
logo que é sentida.
Sempre agradecida
            ao Sol!

Hóstia  consagrada
por ele iluminada;
meu corpo é a pousada
            do Sol!

Quando brilhas nas frescas águas,
dos peixes fogem as mágoas,
pedindo suaves fráguas
            ao Sol!

És lanterna do pescador,
abres caminho ao lenhador;
toda a Natura quer calor
            do Sol!

Aparece a seguir à Aurora:
multicor é onde ele mora.
Tudo é escuro quanto está fora
            do Sol!

O Sol contribui para o nosso pão
como se fosse o mais querido irmão.
Quem é do Homem o mais forte bordão?
            o Sol!

Havendo pão, no lar existe harmonia.
E quem é o fautor de tanta alegria?
É o Sol que germina a Terra todo o dia.
E para o Homem será uma mais valia!





Agostinho Alves Fardilha (o meu pai)
Coimbra




Fui mimada...

Obrigada, Chica, pelo carinho


sexta-feira, junho 07, 2013

Um olhar



O imponente Castelo de Portel, fundado no século XIII, domina e protege toda a vila.





quarta-feira, junho 05, 2013

Pelos caminhos de Portugal...

Pequena praia de pescadores rodeada de falésias, areia grossa, águas calmas e transparentes.

( Praia de Benagil - Lagoa/Algarve)
















Fotos minhas

segunda-feira, junho 03, 2013

Um olhar


Foto minha


(...)
Brinca-me de amor vermelho,
cereja de rubi vivo,
mordisca-me o sabor doce
da boca que te entrego!

Brinca-me de amor frutado
e apetite arrebatado...

...como se eu cereja fosse!...



Teresa Teixeira

sábado, junho 01, 2013

Momento de poesia com Agostinho Fardilha


Foto minha

Junho (signo de Carneiro)

Juntos, macho e fêmea são pacíficos,
uma é delicada, sendo o outro terno;
não são em nada cruéis , nem terríficos;
haja da fêmea o amor materno;
o exemplo do Carneiro é, pois, fraterno.


Horóscopos Chineses (segundo Rita Danylink)

Agostinho Alves Fardilha (o meu pai)
Coimbra

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