Chafariz das Águas Boas ou da Convalescença (Lisboa)
Mandado erguer por D.
Maria I, através de provisão de 12 de Dezembro de 1791, com o objectivo de
abastecer, com a água do Aqueduto, os moradores das Estradas da Convalescença
(actual Estrada de Benfica) e das Laranjeiras, só viria a ficar concluído no
início do séc. XIX (1817/1818). Situado numa meia-laranja frente à fachada do
Convento de Sto. António da Convalescença, ficaria também conhecido como
Chafariz da Convalescença. Encurvado entre duas pilastras terminais e
rusticadas, ambas encimadas por uma urna em forma de fogaréu, apresenta uma
arca de água quadrangular, de cobertura tronco-piramidal de 4 arestas
curvilíneas, rematada por um ábaco revestido de folhas de acanto, sobre o qual
se eleva uma urna gomedada na base e ornamentada com sanefas pendentes. Na sua
fachada destaca-se a seguinte inscrição: "Real obra de Agoas Livres. Anno
de 1817", sobrepujada pelo escudo das armas de D. João VI, encimado pela
coroa real. Por sua vez, no plano superior do tanque do chafariz distingue-se
um pequeno nicho com uma sanefa e laço central que se desenvolve até às 2
bicas. Trata-se de uma peça de grande originalidade e individualidade
relativamente às restantes estruturas das Águas Livres, nomeadamente quanto à
unidade da arca de água, à cobertura tronco-piramidal e ao uso de sanefas e de
superfícies frisadas e estriadas. É possível filiá-lo numa tipologia devida a
Carlos Mardel que reúne de forma única o neoclássico da época, o barroco romano
e o rocaille decorativo francês.