segunda-feira, março 16, 2009

Natália de Oliveira Correia, morreu em Lisboa a 16 de Março de 1993


Foi uma intelectual e activista social de origem açoriana, autora de extensa e variada obra publicada, com predominância para a poesia. Deputada à Assembleia da República (1980-1991), interveio politicamente ao nível da cultura e do património, na defesa dos direitos humanos e dos direitos das mulheres.

Ficou conhecida pela sua personalidade livre de convenções sociais, vigorosa e polémica, que se reflecte na sua escrita. A sua obra está traduzida em várias línguas.


Inseri um dos seus poemas, de que gosto




O Encontro


Como se um raio mordesse

meu corpo pêro rosado

e o namorado viesse

ou em vez do namorado

um novilho atravessasse

meus flancos de seda branca

e o trajecto me deixasse

uma açucena na anca

como se eu apenas fosse

o efeito de um feitiço

um astro me desse um couce

e eu não sofresse com isso

como se eu já existisse

antes do sol e da lua

e se a morte me despisse

eu não me sentisse nua

como se deus cá em baixo

fosse um cigano moreno

como se deus fosse macho

e as minhas coxas de feno

como se alguém dos espaços

me desse o nome de flor

ou me deixasse nos braços

este cordeiro de amor



(Pesquisa:internet)
(Foto:internet)

5 comentários:

maria vinagre disse...

Olá, tantas saudades que eu tenho dela, fazem muita falta grandes Mulheres como ela p'ra fazer ouvir a nossa voz.Um grande bem haja.

PreDatado disse...

Duas oportunas lembranças no teu blog. A de Natália Correia e a de Camilo Castelo Branco. Em estilos diferentes mas ambos irreverentes. E geniais!

Zé Al disse...

Difficil é não nos lembrarmos da Grande Mulher que foi Natália Correia.

Nilson Barcelli disse...

Escolheste um belíssimo poema querida amiga.
Não conhecia e gostei muito de o ler.
Boa semana, beijo.

mfc disse...

Nunca mais esqueço o poema satírico (O Truca Truca) que ela fez em plena Assembleia a brindar o incrível deputado do CDS que afirmava que as relações sexuais eram apenas para procriar!

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