segunda-feira, novembro 01, 2010

Momento de Poesia com Agostinho Fardilha



Nono mês, sim, foste outrora,
o undécimo és agora;
vamos perguntar ao lavrador
e também ao homem podador
medidas a tomar neste mês:
banir das árvores férteis
ramos vãos e cobrir a nudez
onde houver plantas sensíveis.

Agostinho Alves Fardilha (o meu pai)
Coimbra

11 comentários:

Lilá(s) disse...

Poeta é assim mesmo!
Bjs

Nilson Barcelli disse...

Um belo e sábio poema, de quem esteve perto da natureza...
Beijos, querida amiga.

Graça Pereira disse...

Neste doce mês de Novembro...a sabedoria de quem sabe o que diz...
beijo
Graça

Anónimo disse...

Dia 1 de Novembro.
Dia de Todos os Santos!
Dia muito significativo para todos aqueles que acreditam no Além.
Dia em que a Igreja nos alerta para que o cair das folhas das árvores e o apagar-se gradual da luz do dia, não esmoreça nos crentes a Esperança da vida e da vida plena em Deus.
A natureza nos fala e nos inquieta.
As árvores ficam nuas, preparando-se para um novo renascer.

Duma forma sensível e singular, o poeta com o seu acróstico de Novembro,consegue facilmente transmitir a sua ( e talvez a nossa...) preocupação com o mundo.
Não é assim que todos deveríamos proceder com o nosso próximo?

Assim no terceiro verso ele se determina com determinação

«Vamos perguntar ao lavrador
e também ao homem podador»

Claro que,quando nos decidimos não é para ficarmos de braços cruzados,

«medidas a tomar neste mês»

mas para passarmos à acção.Assim haverá reconversão, morrendo para o mal e virando-nos para a vida.Fazer o que deve ser feito.

«banir das árvores férteis
ramos vãos e cobrir a nudez»

No último verso é referido com "intenção" a fragilidade das plantas.

«onde houver plantas sensíveis.»

«Todo aquele que se sentir sem pecado que atire a primeira pedra.»
Estas são as palavras de Jesus- o Maior dos Santos.

O lavrador tem de conhecer muito bem a natureza, para que não trabalhe em vão.
Se a semente cair em bom terreno dará fruto, caso contrário secará.
Não percamos tempo com futilidades!
Mas sim, estejamos atentos a quem é "sensível".A quem quer dar bom fruto.

Dr. Agostinho, com o seu acróstico que à partida parece ser um simples trabalho foi e é uma grande lição.

«Quem tiver ouvidos que oiça.»
Neste caso quem pretender aprender, que aprenda.
De tudo podemos concluir muito.
Um abraço reconhecido pelo seu empenho de um grande pedagogo.
Parabéns!
Parabéns, Elisa .És uma sortuda.
Beijinhos.

lis disse...

Como sempre,um primor !
o anônimo disse tudo, dissecou cada verso de maneira brilhante.
... nao há a acrescentar nao faria melhor mlisa.
Abrace o seu pai, sou uma admiradora !
beijinhos

xinoca disse...

Mais um dos muitos e belos poemas do nosso querido Pai.
Mais uma vez um muito obrigado mana querida por dares a conhecer a grandeza dos seus poemas......

Bjs

xinoca disse...

Mais um dos muitos e belos poemas do nosso querido Pai.
Mais uma vez um muito obrigado mana querida por dares a conhecer a grandeza dos seus poemas......

Bjs

Anónimo disse...

Bela poesia.

Há quem diga que o primeiro verso é uma generosidade dos deuses.

Eu não a recebi.

No entanto gosto de ler a poesia escrita por aqui.

Abraços

mfc disse...

Mais um mês... mais um acróstico de um formalismo irrepreensível.

Paula Raposo disse...

Tão belo!
Beijos.

PreDatado disse...

Mais um acróstico em que a fluência é coerente e não forçada como já nos acostumou.

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