quinta-feira, setembro 01, 2016

Sintonia entre olhar e poesia




Muitos anos semelhante máquina usei,
pautando a vida p'la cadência do tempo;
o bom e mau aceitava sem contratempo.
Nela escrevi poemas que lhe dediquei.
Inimiga a pressa era da felicidade;
havia tempo p´ra pensar e decidir:
prudentes, construíamos nosso porvir
e de tanto labor ficava a saudade.
Há gosto p'lo actual estilo de vida?
Sempre queremos subir e se houver descida?
Muito é feito, agora, aleatoriamente:
será vegetar ou ficar subserviente?
Aprecio e com o progresso regozijo,
mas que ele não seja da mente esconderijo.

Agostinho Alves Fardilha (o meu pai)
Coimbra


20 comentários:

chica disse...

Poesia lindo do teu pai e a foto ,adorei! Tão lindas eram essas máquinas...ADOREI! BJS, CHICA

Manu disse...

O tempo passa tão depressa, aí temos o mês de Setembro e a assinalá-lo esta bela foto de uma preciosidade e raridade fantásticas.
Os versos como sempre estão bem adequados ao tema.

Beijinhos Elisa

Bella disse...

Uau! Bela máquina de escrever.

Eu e a minha irmã tinhamos uma em casa que usamos até a fita fazer buraco :D Ainda quando a minha irmã foi trabalhar, ela ainda chegou a usar uma máquina de escrever para o papel azul de 25 linhas (ela fazia trabalho de secretariado).

Não havia a tecla de apagar eheheh. Se houvesse erro, fazíamos tudo de novo.

Também ainda cheguei a usar fita cassete para gravar programas do computador. Que dor de cabeça!

Algumas coisas, ainda bem que mudaram. A grande maioria, contudo, piorou em todos os sentidos!

Bjs

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Bela fotografia, gostei da poesia.
Um abraço.
Andarilhar

Cidália Ferreira disse...

Bela foto! Nunca usei.

Beijos

http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

Ana Freire disse...

Às vezes... penso que o progresso... faz da mente esconderijo... veja-se a febre mundial da procura de Pokémons...
Uma imagem maravilhosa, que permitiu, uma autêntica viagem no tempo...
Ainda tenho uma máquina de escrever... da qual também não me irei separar... embora bem mais recente do que essa...
Mas o progresso tem destas coisas... os objectos ficam facilmente ultrapassados... a pior parte do progresso... é quando aplica as mesmas premissas às pessoas... quantas funções o progresso veio retirar... que eram o ganha pão de tanta gente, no passado...
E talvez por isso, apesar do progresso, o mundo ainda não se tornou um lugar mais feliz... mas antes um lugar onde se acentuam e acumulam desigualdades, e dificuldades em governar a vida, por esse mundo fora...
As palavras de seu pai... como sempre... super actuais!...
Beijinho, Elisa!
Continuação de uma boa semana!
Ana

Denise disse...

Nossa, que recordação! Como usei a velha e boa maquininha de escrever. Quem sabia usá-la com presteza e exatidão tinha, há tempos atrás, muitas portas abertas para trabalhar!
Bjs e ótimo final de semana!
http://dedeartes-denise.blogspot.com

Ricardo Santos disse...

Olha uma Hermes de teclado AZERTY (internacional) Espectáculo !!!

O meu pensamento viaja disse...

O ritmo, a riqueza de palavras, o conteúdo profundo são marcas da escrita única do nosso poeta, teu pai!
Que possuires tão rica herança!
Beijo

Ailime disse...

Boa noite Elisa,
O seu pai foi um enorme Poeta. O poema e foto em perfeita si tonia.
Beijinhos, Ailome

sheyla xavier disse...

Boa e linda recordação, amei!

Beijokas
DMulheresInstagram

Os olhares da Gracinha! disse...

Um olhar num misto de saudade e beleza...e a eternidade do poeta cuja inspiração não passa em vão!
Bj amigo

Os olhares da Gracinha! disse...

Um olhar num misto de saudade e beleza...e a eternidade do poeta cuja inspiração não passa em vão!
Bj amigo

Remus disse...

Quando era criança (no tempo em que os computadores ainda eram uma miragem) o meu sonho era ter uma máquina de escrever. E num Natal os meus pais ofereceram-me uma. Daquelas que eram meio a sério e meio a brincar. Fez-me as delicias. Muitos papeis eu escrevi...
:-D

Ao ver esta fotografia, trouxe-me essas memórias todas.

Unknown disse...

Um momento soberbo, amiga! Lembras-me os meus dias de criança quando eu entrava no escritório do meu pai para mexer na sua máquina de escrever! Obrigado :)

Beijinhos

Liliane de Paula disse...

Certamente, a máquina que seu pai usou.

aluap disse...

Também semelhante máquina usei e tem razão o seu pai, havia tempo p´ra pensar e decidir. É que essa máquina não tinha tecla de apagar e para não se rasgar o papel pensava-se muito bem o que escrever.

Beijinhos.
Bom fim de semana.

Lete disse...

Uma linda e delicada foto acompanhada das sábias e atuais palavras do seu pai. Adorei!

Beijinho carinhoso, Lisa!

Emília Pinto disse...

Ainda tenho a minha maquina de escrever, Azert, teclado internacional que o meu pai, com muito custo comprou para que eu pudesse treinar em casa durante o meu curso de secretariado; nao sei como é hoje, mas no meu tempo era muito exigente; tinhamos dactilografia nas tres linguas, ingles, francês e alemao, alem do português, claro e estenografia tb nessas linguas. Comprar uma maquininha dessas naquele tempo era como dar um computador a um filho e por isso sei o sacrificio que o meu pai fez para que eu tivesse uma em casa para estudar; ainda a tenho bem guardadinha. Este poema do teu pai fez-me voltar a esses tempos em que tudo era mais dificil, mas mais enriquecededor,.Que interesse tem a procura dos tais pokemons? Não consigo perceber o interesse das pessoas nessas coisas. Obrigada, Lisa por partilhares connosco esta mensagem do teu pai. Adorei! Beijinhos e parabéns pelas belas fotos
Emilia

Unknown disse...

Também tive uma máquina de escrever assim desse tipo mas achava esse objecto um pouco estranho!! Torna-se mais fácil agora os computadores!!

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