Poesia Religiosa
Rainha Santa Isabel
“Milagre das rosas”
De Isabel de Aragão ouso falar,
misturando a verdade com a lenda.
De Navarra também veio esta prenda.
Seu avô, D. Jaime, ao dela falar,
Isabel, Rainha de Portugal,
em caridade só Deus foi rival.
“a rosa de Aragão” chamar-lhe quis.
Com El-Rei D. Dinis fez casamento
e, colaborando no incremento
do reino, o marido disse: eu quis
Isabel, Rainha de Portugal,
em caridade só Deus foi rival.
que ora fossem aumentados os seus bens.
Com mais rendas surgem albergarias,
conventos e aos pobres...melhorias.
Paz familiar conseguida a bem,
Isabel, Rainha de Portugal,
e em caridade só Deus foi rival.
espalhou a harmonia e o amor
aos carenciados de toda a sorte.
Já Deus a distinguiu antes da morte,
fazendo milagres. Sem desamor,
Isabel, Rainha de Portugal,
em caridade só Deus foi rival.
vendo-a ao povoléu abençoar,
que, rindo, recebia algum pataco,
o Rei inquiriu: porquê tal recato?
Senhor, só o bom povo abençoei,
Isabel, Rainha de Portugal,
em caridade só Deus foi rival.
pois deram-me flores de bom cheirar.
Logo ela abriu o seu casto regaço
e das muitas moedas todo o espaço
lugar deu a rosas p’r Ele cheirar,
Isabel, Rainha de Portugal,
em caridade só Deus foi rival.
serenando a inquietação real.
Mas uma vez mais El-Rei, encontrando
fora D.Isabel e perguntando
o que ia no regaço de real,
Isabel, Rainha de Portugal.
em caridade só Deus foi rival.
se seriam esmolas feitas de pão…
Respondei, minha Esposa e Rainha,
e dizei o que escondeis tão azinha.
Sorri, mas, acariciando os pães,
Isabel, Rainha de Portugal,
em caridade só Deus foi rival.
responde:meu Marido e meu Senhor,
não sentis o fino odor destas rosas
que aqui trago e que são das mais formosas?
Desdobra o regaço e aos pés da Senhor
Isabel, Rainha de Portugal,
em caridade só Deus foi rival.
caem lindas flores. D.Isabel,
morto D. Dinis, tornou-se clarissa.
Foi Rainha da Paz e da Justiça.
Jaz em Coimbra, seu leal donzel.
O Anjo da Paz foi D. Isabel.
A todos fez bem, a ninguém quis mal.
Rainha Santa Isabel
“Milagre das rosas”
De Isabel de Aragão ouso falar,
misturando a verdade com a lenda.
De Navarra também veio esta prenda.
Seu avô, D. Jaime, ao dela falar,
Isabel, Rainha de Portugal,
em caridade só Deus foi rival.
“a rosa de Aragão” chamar-lhe quis.
Com El-Rei D. Dinis fez casamento
e, colaborando no incremento
do reino, o marido disse: eu quis
Isabel, Rainha de Portugal,
em caridade só Deus foi rival.
que ora fossem aumentados os seus bens.
Com mais rendas surgem albergarias,
conventos e aos pobres...melhorias.
Paz familiar conseguida a bem,
Isabel, Rainha de Portugal,
e em caridade só Deus foi rival.
espalhou a harmonia e o amor
aos carenciados de toda a sorte.
Já Deus a distinguiu antes da morte,
fazendo milagres. Sem desamor,
Isabel, Rainha de Portugal,
em caridade só Deus foi rival.
vendo-a ao povoléu abençoar,
que, rindo, recebia algum pataco,
o Rei inquiriu: porquê tal recato?
Senhor, só o bom povo abençoei,
Isabel, Rainha de Portugal,
em caridade só Deus foi rival.
pois deram-me flores de bom cheirar.
Logo ela abriu o seu casto regaço
e das muitas moedas todo o espaço
lugar deu a rosas p’r Ele cheirar,
Isabel, Rainha de Portugal,
em caridade só Deus foi rival.
serenando a inquietação real.
Mas uma vez mais El-Rei, encontrando
fora D.Isabel e perguntando
o que ia no regaço de real,
Isabel, Rainha de Portugal.
em caridade só Deus foi rival.
se seriam esmolas feitas de pão…
Respondei, minha Esposa e Rainha,
e dizei o que escondeis tão azinha.
Sorri, mas, acariciando os pães,
Isabel, Rainha de Portugal,
em caridade só Deus foi rival.
responde:meu Marido e meu Senhor,
não sentis o fino odor destas rosas
que aqui trago e que são das mais formosas?
Desdobra o regaço e aos pés da Senhor
Isabel, Rainha de Portugal,
em caridade só Deus foi rival.
caem lindas flores. D.Isabel,
morto D. Dinis, tornou-se clarissa.
Foi Rainha da Paz e da Justiça.
Jaz em Coimbra, seu leal donzel.
O Anjo da Paz foi D. Isabel.
A todos fez bem, a ninguém quis mal.
Coimbra, 25 de Maio de 2009
Agostinho Alves Fardilha (o meu pai)
Vocabulário:
Senhor(substantivo uniforme)=amo, patrão, dona, senhora;
Estrutura da poesia:
cantiga (romanceada), de refrão, atafinda, mozdobre(ou mordobre) e finda, em estrofes de quatro versos decassilábicos(agudos e graves). Rima interpolada(nas estrofes).
Esquema: a b b a C C A c
Esclarecimento:
A rainha D. Isabel de Aragão era filha de D. Pedro III de Aragão e de D. Constança, de Navarra. Era seu avô D. Jaime I, o “Conquistador”.
Imagem:internet