quarta-feira, outubro 01, 2025

Um Olhar


" Bancos de Jardim"

( Cardeal Tolentino de Mendonça)


" Às vezes,

ao passar por um jardim público, reparo nos bancos …

Muitos estão vazios.

Em muitos ninguém se senta.


Mas aqueles bancos têm uma espécie de vocação.


Eles existem para acolher a pausa, a espera,

a confidência, o esquecimento de quem passa.


Os bancos de jardim lembram- nos uma coisa essencial:

que não podemos viver sempre de pé, sempre em andamento,

sempre com pressa, sempre ocupados.


Temos de aprender a parar, a sentar- nos, a deixar qua a vida venha ter 

connosco.


Há uma pedagogia própria nos bancos de jardim.

Eles ensinam que a lentidão não é um defeito, mas uma arte; que o silêncio não é uma falha, mas um bem necessário; que não fazer nada de vez em quando, é uma maneira de recomeçar.


Sentar-se num banco de jardim é também aprender a olhar: ver quem passa, reparar na luz, escutar os pássaros, reconhecer-se parte de um todo.


Um banco de Jardim não pede nada de nós, mas oferece-nos  a oportunidade de sermos simplesmente Humanos ! "


Foto minha


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