quarta-feira, setembro 28, 2011

Um olhar


Foto minha


Sempre que o Sol
Pinta de anil
Todo o céu
O girassol
Fica um gentil
Carrocel. (...)

Vinícius de Moraes

 

domingo, setembro 25, 2011

Momento de poesia com Agostinho Fardilha

Frei José de Santa Rita Durão

(1722 – 1784)




“ É um poeta brasileiro, nascido em Minas, da fase neoclássica. Colaborou na política antijesuita de Pombal. É o autor do poema épico Caramuru, de feitio camoniano, no qual o poeta penetra na alma e nos costumes dos indígenas. Inspira-se nas aventuras semilendárias de Diogo Álvares Correia, pioneiro da colonização brasileira, no século XVI, que naufragou na Bahía, vindo a casar com uma ameríndia.”



Lembremo-lo com as seguintes estrofes:




Os amores do náufrago

(Luada e Machu)




I


Descoberto o Brasil, percorre a fama
de riquezas naturais a Colónia.
Nobres e burgueses de dinheirama
arrebatam ou compram sem cerimónia
famílias de índios. Oh! Que drama!
Vão acorrentados e com acrimónia
são tratados. Alguns, de alta linhagem,
prefiguram o chamado bom selvagem.

II

A notícia, prenhe de avidez,
qual deus Mercúrio em velocidade,
sacode o Reino mais do que uma vez;
agita de um tal Diogo a vaidade:
contrata centenas, apenas num mês,
de camponeses, fugindo à herdade.
Mais deserto fica este Portugal:
antes, cultura; agora, matagal.


III


Partem, rumando p’ra costa africana,
onde pilham, a esmo, magotes de pretos,
sem respeito p’la sua regra arcana;
bocas gritando, corações com espetos.
Negreiros e a chorosa caravana,
regando de lágrimas os amuletos,
suportando dificuldades mil,
ancoram, enfim, nas costas do Brasil.


IV

Para concubinas tomou Luada,
sendo de Diogo a mais preferida
esbelta de corpo. Outra, a Calulada,
bem talhada, foi por ele acolhida.
Arrebanha a esguia e bela Murada
e a altiva Quibanda já apetecida.
Completam o “serralho” a jovem Kienda
e ainda a sua triste irmã Xipenda.
V

Nos areais, fronteira que será
um dia de S.Paulo grande Estado,
lançam âncoras. P´ra onde a turba irá?
Embrenham-se no mato. Único fado:
exploração e o resto surgirá.
Agarram índios e o grupo é aumentado.
Diogo amplia o seu concubinato:
toma algumas e com Machu fará acto.
VI

Uns vão mais além: são os bandeirantes.
Outros vasculham os rios: garimpeiros
são. O café e açúcar importantes
ganhos deram àqueles que em cativeiros
tinham pretos, índios e filhos de amantes;
são estes do Brasil os pioneiros!
Foi a Igreja quem lhes deu dignidade,
com missionação e liberdade.
VII

A mescla de três civilizações,
(europeia, africana e amaríndia),
atravessa os tempos e até canções
as noites preenchem com nostalgia.
Onde foram geradas as devoções
ao laico António e Cícero abadia?
E os carnavais, mais cultos com feitiços?
E alimentos naturais tão castiços?
VIII

Luada, ferida de grande inveja,
insulta Diogo e sua mulher.
Mas ele novos horizontes deseja.
Parte e vai até onde Deus quiser.
Porém, o Mar é quem tudo maneja;
na Baía naufragou: que mister!
Poucos, nadando, salvaram a vida.
No sertão, a voz de Luada era ouvida!



Vocabulário
fazer acto = casar-se


Agostinho Alves Fardilha (o meu pai)

Coimbra
imagens:internet

quarta-feira, setembro 21, 2011

Li e gostei


" O silêncio é como se fosse água. Daquela água pura da montanha que se bebe directamente pelo coração".

( Jorge Sousa Braga)

Foto minha

segunda-feira, setembro 19, 2011

Um olhar


Um belo recanto da nossa costa nortenha, quase inóspito, devido à forte nortada que a protege da avalanche humana.

Foto minha

sexta-feira, setembro 16, 2011

Um olhar


A dureza, agressividade, respeito e imponência da natureza, contrastando com a força da vida, que ali nasceu, torna tudo pejado de magia e irresistível.

Foto minha

terça-feira, setembro 13, 2011

Um olhar

Foto minha



Serão as coisas naturais mais satisfeitas
se tudo estiver despido de sordidez.
Havendo receptáculos e mais límpidez,
até a vida fica isenta de maleitas.

Agostinho Alves Fardilha (o meu pai)
Coimbra

Vocabulário
satisfeita= farta

quarta-feira, setembro 07, 2011

Um olhar

Foto minha

De dia aromatizas o ambiente,
de noite destróis a escuridão.
Alumia pois meu coração
e de amor sejas aí nascente.

Agostinho Alves Fardilha (o meu pai)
Coimbra

domingo, setembro 04, 2011

Um olhar


Foto minha

A serenidade da gaivota rodeada pela calmaria da àgua que se "esperguiça" indolente num fim de tarde de Verão.


quinta-feira, setembro 01, 2011

Momento de Poesia com Agostinho Fardilha





Santa Beatriz da Silva, o amor
especialmente à Virgem Maria
teve em ti da fundação o motor
e sua regra de uma Ordem Pia,
matriz de Instituto, cujo Mentor
b(B)eatriz escolheu como seu guia;
rápido prosperou, dando nas vistas,
o Instituto das Concepcionistas.

Agostinho Alves Fardilha (o meu pai)
Coimbra

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