quinta-feira, setembro 01, 2016

Sintonia entre olhar e poesia




Muitos anos semelhante máquina usei,
pautando a vida p'la cadência do tempo;
o bom e mau aceitava sem contratempo.
Nela escrevi poemas que lhe dediquei.
Inimiga a pressa era da felicidade;
havia tempo p´ra pensar e decidir:
prudentes, construíamos nosso porvir
e de tanto labor ficava a saudade.
Há gosto p'lo actual estilo de vida?
Sempre queremos subir e se houver descida?
Muito é feito, agora, aleatoriamente:
será vegetar ou ficar subserviente?
Aprecio e com o progresso regozijo,
mas que ele não seja da mente esconderijo.

Agostinho Alves Fardilha (o meu pai)
Coimbra


ShareThis