segunda-feira, fevereiro 27, 2012

Um Olhar


Foto minha


Segundo o dicionário,
o espanador
serve p'ra limpar o pó.
Mas o seu valor
pode evitar o calvário
e muito clamor
aos pobres orfãos de dó:
basta ser autor
da limpeza dos políticos desonestos
que roubaram Portugal, deixando só restos.


Agostinho Alves Fardilha (o meu pai)
Coimbra

sexta-feira, fevereiro 24, 2012

Momento de poesia com Agostinho Fardilha

José Anastácio da Cunha

(1744 – 1787)



“José Anastácio da Cunha, vindo de gente pobre de Lisboa, pôde estudar com os Oratorianos e fazer carreira de oficial artilheiro, o que permitiu contactar com estrangeiros cultos, especialmente ingleses, que Pombal contratara para reformar o exército. Pombal eleva-o a catedrático de Geometria; mas tornam-se conhecidas as suas dúvidas em coisas de religião, o seu racionalismo tolerante do que lhe adveio a prisão e a participação num auto- de- fé, descalço e em hábito de penitência.

Anastácio da Cunha praticou ainda os moldes arcádicos, tentando mesmo aportuguesar a métrica quantitativa do Latim. Contudo, o que o distingue é ter descoberto poesia na relação carnal entre o homem e a mulher. No tempo, isto significava a dissipação de todas as convenções da erótica cortês – ao que não pode ser alheio o facto da sua amada ser simples camponesa. Os momentos mais belos desta lírica nova são a redescoberta estonteante de como o princípio da individualização se eclipsa no abraço amoroso, a pergunta de se (tu não és eu?).

 Dele ficaram alguns dos mais apaixonados versos de amor que se escreveram em língua portuguesa, a primeira expressão de angústia e incerteza em relação a Deus, e uma das manifestações mais claras do nosso pré-romantismo, de que foi um dos incontroversos arautos”.



Lembremos o Poeta com os sonetos e a cantata, que se seguem



Sonetos

I

Tu e as tuas graças


O tempo não apaga tua graça.
Quando falas, graças irei ouvir,
tão engraçadas que terei  de rir
se à minha boca não puser mordaça.

Tuas graças excedem as três divindades,
Envolvem teu belo e sensual corpo,
fazendo dele perfumado horto,
onde fartarei minhas saudades.

Elas rodeiam teus níveos seios,
afagam as carinhosas mãos tuas,
os mimosos pés enchem de floreios.

As faces escurecem as quatro luas:
essas graças usam de todos os meios
para só eu ver essas ancas nuas!


II

Triste sina

Maior paixão não há: rostos chegados,
corações, sensuais, num só fundidos.
Eu e tu, neles, estamos esculpidos:
jamais alguém os fez melhor gravados.

Lembras-te, meu bem, quando me disseste:
Amor, “ eu não sou tu?”; “ tu não és eu? “
Sinto que grave, mas falso, labeu
vai afectar tanto amor que me deste.

Ímpias leis rejeitam o nosso amor.
Acusado sou da Igreja ofender.
Vou sofrer da Inquisição o terror.

Separados, mas jamais esquecer
que a fidelidade suporta a dor
e a esp´rança de outrora faz renascer.

Cantata

Uma cara linda vi
à sombra do castanheiro.
Ela corou e eu sorri.
Indaguei o que fazia.
Respondeu-me que à fonte ia.

Seu nome lhe perguntei.
Tímida, disse ser Guida.
O que aconteceu, não sei.
Toda ela me conquistou.
Cupido , a rir, se esquivou.

Filha do povo da terra,
era um diamante puro,
que toda a beleza encerra.
Parti, mas disse voltar
para com ela falar.

Foi amor à primeira vista:
a mão branca e delicada
com as minhas ficou mista.
Nossas bocas sequiosas
rubras ficaram quais rosas.

Apertei-a contra o peito.
Nada dissemos um ao outro.
A vontade havia feito
o que queríamos os dois:
Amor e prazer depois.

E assim decorria o tempo:
dois amantes, o mesmo amor!
Nunca foi um passatempo.
Serás sempre o meu encanto
e a causa do nosso pranto.

Torpes inquisitoriais,
o Criador sempre disse
a nós, também animais:
uni- vos e assim crescei
segundo a Natural Lei.

Onde é que existe o pecado?
O prazer sustenta o amor!
Mas fiquei encarcerado.
Da Guida me separaram.
Logo meus olhos choraram.

Suas cartas deram vida,
muita força na masmorra.
Mulher corajosa és Guida.
O nosso amor sempre dura
té na fria sepultura.

Prevenção, apaixonados,
de dois, um só coração.
Evitai os celerados.
Nos dois, a sinceridade
atrai logo a saudade.

Agostinho Alves Fardilha (o meu pai)
Coimbra

Fotos: internet

terça-feira, fevereiro 21, 2012

Pelos caminhos de Portugal...




Aldeia pré-histórica  em S. Lourenço


Para informação mais detalhada leia aqui











Fotos minhas

sábado, fevereiro 18, 2012

Um olhar


Foto minha

Choveram lágrimas sobre o meu coração magoado, mas, abrindo o guarda - chuva resguardei-o e aconcheguei-o.


quarta-feira, fevereiro 15, 2012

Um olhar

Foto minha


Como a Natureza é farta e pródiga!
Quadro raro e maravilhoso!
A quietude é sentimental.
Lago azul-esverdeado abriga
do arvoredo raízes verdoso.
Beleza assim, no éden terrial.

Agostinho Alves Fardilha (o meu pai)
Coimbra

sexta-feira, fevereiro 10, 2012

Um olhar com história

Rio Sanguinhedo


O rio Sanguinhedo principia no Lugar do Rego em Santa Cristina do Couto. É o único rio que atravessa a paróquia de S. Bartolomeu de Fontiscos e desagua no rio Ave, no Lugar de Argemil. Corre de Sul para Norte.

Contrariamente a uma opinião generalizada, a origem do nome do rio (sanguinhedo – cor vermelha do terreno ou vegetação) em nada tem a ver com sangue, nem tão pouco com batalhas sanguinárias que teriam manchado o leito do rio de uma cor avermelhada, sendo adiantada como hipótese mais provável a oxidação das margens,  tendo como origem uma nascente de águas ricas em ferro que teriam existido e que imprimiam às margens do rio uma cor avermelhada, cor de sangue, – sanguinhedo.



Pesquisa internet





















Fotos minhas

terça-feira, fevereiro 07, 2012

Um olhar


Foto minha


Usualmente são vistos em campos de cultivo, depois da ceifa. Estes, colocados na calçada de uma cidade, parecem adaptar-se ao provérbio:

"Todo o burro come palha, a questão é saber dar-lha".

Querem-nos a todos chamar burros? É que a palha está ao alcance de todos os que passam.




sábado, fevereiro 04, 2012

Pelos caminhos de Portugal...

Fundado no Século XI sobre vestígios castrejos romanos e visigóticos, a sua história e a da Terra de Santa Maria  de que foi cabeça, está ligada à fundação e consolidação da Nacionalidade Portuguesa.





















Fotos minhas (Castelo de Santa Maria da Feira)

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