domingo, julho 22, 2012

Um olhar


Foto minha

                      I

Ó abóbora és muito utilitária,
quer do rico suplemento
como do pobre o sustento:
servem-se muito de ti em culinária.
Quem dela uma sopa não aprecia?
E no Natal um beilhó
tão doce como um filhó?
E até és lúdico para a bruxaria.

                     II

Nos serviços públicos e nos privados
pessoal molengo abunda:
são escolha de segunda.
De falso ar de cansaço e empertigados,
em geral lestos na saída à hora.
Aderem a todas as greves,
dos caudilhos, os almocreves.
São os chamados "cabeças- de- abóbora".


Agostinho Alves Fardilha (o meu pai)
Coimbra

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