quinta-feira, dezembro 01, 2016

Sintonia entre olhar e poesia




Dois jovens, a cuja porta bateu
desemprego, um foi para a gricultura
de courelas d'outrem, de terra dura,
ela p'ra lavar roupa já acedeu.

Mãos à obra: nenhum esnoreceu.
Não vimos de barões de envergadura,
do peito lusitano, da bravura?
Mas há quem outro destino escolheu...

Vê-se estendal p'ra roupa bem secar?
Há improviso. Carece o dinheiro.
limpas as grades, elas estão mesmo a calhar.

Nos ferros o colorido dá ao terreiro
brilho para a Natureza alegrar.
Eis como o Amor foi um bom conselheiro.


Agostinho Alves Fardilha (o meu pai)
Coimbra

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