quinta-feira, abril 28, 2016

Pelos caminhos de Portugal...

Chafariz das Águas Boas ou da Convalescença (Lisboa)



Mandado erguer por D. Maria I, através de provisão de 12 de Dezembro de 1791, com o objectivo de abastecer, com a água do Aqueduto, os moradores das Estradas da Convalescença (actual Estrada de Benfica) e das Laranjeiras, só viria a ficar concluído no início do séc. XIX (1817/1818). Situado numa meia-laranja frente à fachada do Convento de Sto. António da Convalescença, ficaria também conhecido como Chafariz da Convalescença. Encurvado entre duas pilastras terminais e rusticadas, ambas encimadas por uma urna em forma de fogaréu, apresenta uma arca de água quadrangular, de cobertura tronco-piramidal de 4 arestas curvilíneas, rematada por um ábaco revestido de folhas de acanto, sobre o qual se eleva uma urna gomedada na base e ornamentada com sanefas pendentes. Na sua fachada destaca-se a seguinte inscrição: "Real obra de Agoas Livres. Anno de 1817", sobrepujada pelo escudo das armas de D. João VI, encimado pela coroa real. Por sua vez, no plano superior do tanque do chafariz distingue-se um pequeno nicho com uma sanefa e laço central que se desenvolve até às 2 bicas. Trata-se de uma peça de grande originalidade e individualidade relativamente às restantes estruturas das Águas Livres, nomeadamente quanto à unidade da arca de água, à cobertura tronco-piramidal e ao uso de sanefas e de superfícies frisadas e estriadas. É possível filiá-lo numa tipologia devida a Carlos Mardel que reúne de forma única o neoclássico da época, o barroco romano e o rocaille decorativo francês.

















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