terça-feira, novembro 27, 2012

sábado, novembro 24, 2012

Pelos caminhos de Portugal...

Englobado na zona do Chiado, encontra-se o Largo do Carmo, com seus jacarandás. Neste largo, residem as ruínas do Convento do Carmo, construído no séc. XIV, onde se encontra, actualmente, o Museu Arqueológico do Carmo.

Em frente ao convento, encontra-se o Chafariz  pombalino do Carmo, construído em 1711, abastecido pelo Aqueduto das Águas Livres.

Paredes meias com o convento, encontra-se o Quartel do Carmo, pertencente à Guarda Nacional Republicana que teve um papel muito importante aquando do 25 de Abril de 1974, por ter sido escolhido por Marcelo Caetano para se refugiar da revolução.

Para perpetuar este momento, encontra-se no chão do largo uma inscrição dedicada a Salgueiro 
Maia.














Alguns pormenores do Chafariz do Carmo





Fotos minhas

quarta-feira, novembro 21, 2012

Momento de poesia com Agostinho Fardilha

Soares de Passos

(1826 – 1860)

“ Se João de Lemos deveu muito da sua reputação ao poema A Lua de Londres, a de Soares de Passos, nascido no Porto, deveu-se e continua a deveu-a à celebérrima composição O Noivado do Sepulcro, poesia que foi tocada, recitada e cantada ao piano até bem dentro já do sec. XX, nos serões românticos que ainda iam sobrevivendo.
Mas o Noivado do Sepulcro foi pasto da voracidade alvar que a explorou das formas e processo mais extravagantes. Foi certamente a poesia culta que mais fundo calou na sensibilidade poética não educada do povo abandonado, por séculos de obscurantismo, à sua ignorância.
Quando chega a Coimbra para estudar Direito, andavam no ar os ecos de O Trovador de João de Lemos. Naquele ambiente pouco mais lhe restava do que explorar novos filões do ultra- romantismo, agora exacerbado de notas fúnebres, quando não necrófilas, embora o seu génio não caiba nesta classificação limitadora, para o que basta considerar as preocupações cientificistas e metafísicas que perpassam pela sua obra. Fundou, em Coimbra, O Novo Trovador”.

Lembremo-lo com as composições poéticas que se seguem e que respeitam a estrutura usada pelo Poeta, na sua poesia emocional.



I
Desânimo


                    1

Por que me deste vida, ó meu Senhor,
se o viver não passa de uma ilusão?
Tudo perpassa sem opositor
e apenas estaca na paz do caixão.

                          2

Que mundo é este onde o amor não existe?
Os vagidos, ao nascer, logo se calam.
Se pensa que à tormenta ele resiste,
louco é: do Universo os caos já o talam.

                 3

O homem nasce e ilusões acumula:
pouco a pouco desvanecendo vão,
porque a implacável morte o estimula
a buscar, depressa, o gelado chão.


II

Sou livre

           1

Em mim vive a liberdade
e nunca será calada;
unida à Humanidade,
é essência harmonizada.
Alguém poderá suster
do Oceano o seu mover?
Não poderei esconder
uma paixão desejada?

          2

A mente de curso muda
como astros no firmamento;
querer ser livre até ajuda
a renovar pensamento,
a rejeitar tirania,
a dominar a abulia,
a reprimir a euforia
e p’ro meu ser, mais talento.


III

Onde estás, Mãe querida?

                     1

Já adormeceste e não me deste teu beijo.
Estás gelada. Chamo e não me respondes.
Dos teus lábios sem cor nem um gracejo.
Algum segredo no coração escondes?

                 2

Não acabaste ontem o conto de Jesus.
Encaraste-me e logo os olhos cerraste.
Nessas mãos amarelecidas uma Cruz
puseram. Perguntei  e não me falaste.

                            3

Meu Pai e meus irmãos estão a chorar.
Disseram-me que para longe partiste.
Vem à tua caçula os olhos secar.
Onde moras agora? Volta. Estou triste.


IV

Ignoto Destino

                 1

Outono é sinal de despedida:
árvores de folhas despojadas,
flores às sepulturas destinadas.
Meu trabalho forçou-me a emigrar,
pensando só vir na Primavera.
Beijei  teus lábios em nosso adeus.
São testemunha os profundos céus
da minha ânsia em breve regressar.

                 2

Levo amargurado o coração,
não esquecendo os dias de alegria,
nossas juras de amor à porfia.
Se os fados me derem fria campa,
peço-te, meu Amor, que no Outono
cubras com pétalas de crisanto
o túmulo de quem te amou tanto
e nossos nomes grava na tampa.

V

Núpcias no Túmulo

                  1

Formosa Lua, o giro suspendeste
ao veres o desfecho do louco amor
que, sob a tua luz, favoreceste
e a dois seres causaste muita dor.

                     2          

Conta-nos breve o drama a que assististe:
“Abriu-se a campa e um fantasma se ergueu,
todo de branco; e o pio muito triste
do mocho o amplo cemitério encheu.

                    3                      

Deambulou e sentou-se num canto.
Aludiu à mulher que cá deixou;
chorando, disse tê-la amado tanto;
porém, com falsas juras, o enganou.

                   4             

Disse-lhe que há três dias ali estava
na terra  fria e nem uma só flor
dela. E talvez outro  amante beijava.
Minha paixão deu lugar ao rancor.

                    5

Mas d’outro lado uma voz de mulher,
coroada de flores e toda alvar,
respondeu: como ao vento o malmequer
se desfaz, sem ti este é o meu lugar.


                  6

Ela convidou o homem da sua vida
para seus corpos unirem abraçados”.
Raiou o dia. Vaga , uma jazida;
Noutra, dois cadáveres entrelaçados.



Vocabulário:
breve: depressa
jura: promessa
jazida: sepultura


VI

A Criação do Universo e sua Extinção

                  1

No Livro do Infinito está o nome
do Criador do Mundo.
Ele escondido vive, sem renome,
de ti aguardando, ao fundo,
que rompas do tabernáculo o véu,
e prostrada  O adores, ó minha Alma,
que ainda habitas a imensidão do Céu.
Não temas e diante Ele agita a palma.

                 2             

Estrelas alumiam Sua Morada.
Sol dirige o Cortejo
d’astros p’la Via Láctea dourada;
seu ardente desejo
é depressa alcançar Trono Divino,
donde Jeovah o Universo governa.
O Oceano, agora criado, o hino
modula para adoração paterna.

                   3           

À Sua Voz raiou a luz do dia
que desfez o escuro.
Novos mundos surgidos, em harmonia
substituem,ora, o muro
do silêncio em cânticos de louvor.
Uma pérola foi encastoada
no santo firmamento do Senhor,
logo que a Humanidade foi criada.

                      4

Homem , faz-te humilde e não arrogante;
em breve, cinzas tuas
serão dispersas à sorte, consoante
rigorosas leis Suas;
glorifica sempre teu Criador.
Gerado foste à Sua semelhança.
Terra, acarinha os filhos com amor.
Anima-os e dá-lhes esperança.

                       5

Não abandones,Terra, agora a rota
do amor, que é de agonia;
fá-lo em trovas que até lesta gaivota
o leva a quem queria
sobreviver ao caos que se aproxima.
Terra , do teu fim já foste avisada.
P’ra bola de fogo mudarás clima,
regressando à antiga caminhada.

                       6

Pouco a pouco o Sol calor perderá
e frio volta a haver.
Escuridão luz substituirá.
Casta luz volta a ter
somente Jeovah, o Sol dos sóis.
P’ra eternidade, do Universo o caos.
Criador da Humanidade depois
chamará os bons, afastando os maus.




Agostinho Alves Fardilha (o meu pai)
Coimbra




                   

domingo, novembro 18, 2012

Um olhar


Foto minha


As grandes ideias surgem da observação dos pequenos detalhes.


Augusto Cury

quinta-feira, novembro 15, 2012

Pelos caminhos de Portugal...

O Castelo Medieval de Guimarães foi mandado edificar no séc. X pela condessa Mumadona. Associado ao nascimento e fundação do reino de Portugal, foi paço de D. Afonso Henriques (1111-1185).
O castelo, formado pela Torre de Menagem e por alta cerca, incorporou as inovações defensivas dos sécs. XII e XIII, com a construção das torres a proteger os panos de muralha e a flanquear as entradas.





























Fotos minhas

segunda-feira, novembro 12, 2012

Um olhar


Foto minha

Quem não tem cactos na vida?
Seus espinhos ferem o corpo,
mas às vezes também a Alma.
A água neles contida
p'ra todos seja conforto
e ao coração traga calma.

Agostinho Alves Fardilha ( o meu pai)
Coimbra

sexta-feira, novembro 09, 2012

Recordando...

A Estação do Norte em Valência é um dos edifícios mais representativos do modernismo. Esta estação de caminhos- de- ferro  inaugurada em 1971, acolhe tectos e murais de cerâmica vidrada que representam locais de Valência.















Fotos minhas


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