quinta-feira, junho 10, 2010

Dia de Portugal com Agostinho Fardilha

Luís de Camões

(1524? - 1579/1580? )

Faleceu em 10 de Junho

Nasceu em Lisboa?, em Coimbra?...?


“ Camões, só por si, vale uma literatura inteira. Foi o melhor português da escola petrarquista. É a síntese do Renascimento em Portugal. É a mais alta expressão da poesia nacional.


É no soneto que o Poeta atinge a mais admirável e rara variedade rítmica”.


Homenageêmo-lo com este soneto:



À minha amada

Teu nome não o direi a ninguém.
Podem querer manchar-te com lasciva
intenção. Tua beleza deriva
da Beleza que somente Deus tem.



Desde a infância este amor se mantém.
Esse teu mover de olhos me cativa;
o cabelo dourado mais aviva
as rosas da face e o sorrir também.



Nunca soubeste deste puro amor,
fogo suave que meu ser abrasa.
Agora só desejo a ventura,



para enganar esta encoberta dor,
de ver-Vos, Amor, pois isso atrasa
a ida fatal para a sepultura.




e a Cantiga que se segue




mote:


Helena, vai devagar,
que te podes magoar,
estorcegando os pezinhos,
oh! meu Deus, tão perfeitinhos.


É Maio e a verde planura
é um dom da Natureza.
Lena ergue-se com destreza;
cabelos d’oiro e a doçura
dos seus verdes e lindos olhinhos,
num rosto belo e rosado,
formam um corpo bem talhado;
e que talhes perfeitinhos!


A blusa de várias cores,
com um pequeno decote;
linda saia e um saiote;
chapéu de palha com flores
e nas orelhas uns brinquinhos.
Abre ao rebanho o redil:
que alegria infantil!
Tudo corre, e os seus pezinhos?


A pastora ao colo leva
cabrinha há pouco nascida.
Há disputa na corrida
p’ra chegar à tenra erva.
O rebanho vai pastar.
Ela, num regato perto,
dá banho à cria, decerto
cuidando não magoar.


Se alguma cabra ou bode,
s’alguma ovelha ou carneiro
se afasta do seu parceiro,
Helena logo lhe acode.
O dia está a findar.
A “família” vai dormir;
ela e o rebanho a balir
regressam, mas devagar.


Agostinho Alves Fardilha (O meu pai)
Coimbra

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