Igreja Antiga de São Miguel da Lama ( uma freguesia de Santo Tirso)
Foi construída no
século XV, em granito. Os altares são em talha dourada, talvez feitos por
António Gomes, um dos maiores entalhadores do norte do país, que viveu na Lama,
mas não se sabe. A pia de Baptismo é em granito e tem uma tampa de madeira. O
nicho onde ela está colocada, tem um portal em ferro. Os tectos são em madeira
pintada à mão. Tem um púlpito em madeira.
Laranjeira e oliveira do Adro da Igreja Antiga de São Miguel da Lama
Foi a segunda espécie
de laranjeira a ser plantada em Portugal. É chamada a “avó das laranjeiras de
Portugal”. É oriunda do Sudoeste da Ásia, de longa duração e de grandes
resistências individuais. Os seus frutos são azedos.
Aos domingos as moças
paravam debaixo dela para esperarem a hora da desobriga. Os lavradores
aproveitavam a sombra da laranjeira para fumarem o seu cigarro e falarem das
colheitas enquanto esperavam a hora da missa.
Aos domingos era um
local de ajuntamento, era José Trinta Reis, que não se cansava de contar
histórias, muitas delas ligadas à sua vida de militar. Outra pessoa habitual
era o Zé da Ermelinda, assim chamado porque era costume juntar o nome da mulher
e do marido. Era também conhecido por “Bandarra” e também era contador de histórias.
Esta laranjeira ainda
sobrevive, apesar da sua idade ser bastante avançada. Foi plantada a quando da
construção da Igreja. Tem portanto cerca de trezentos anos. Hoje a laranjeira
que dá laranjas azedas, já não houve as histórias de outrora. É um símbolo de
longa vida de que nos recorda o passado, conjuntamente com a Igreja Antiga.
Tem como companheira
uma Oliveira que também tem a sua idade. Esta era assaltada no Domingo de
Ramos, para “roubo” dos ramos para depois serem presentes na missa. Hoje porém,
esta tradição está um pouco diluída e já não se vê o “assalto” à Oliveira, como
em tempos mais remotos.
Oliveira e laranjeira
Tronco da laranjeira
Tronco da oliveira