Quando estou só reconheço
Quando estou só reconheço
Se por momentos me esqueço
Que existo entre outros que são
Como eu sós, salvo que estão
Alheados desde o começo.
E se sinto quanto estou
Verdadeiramente só,
Sinto-me livre mas triste.
Vou livre para onde vou,
Mas onde vou nada existe.
Creio contudo que a vida
Devidamente entendida
É toda assim, toda assim.
Por isso passo por mim
Como por cousa esquecida.
(Fernando Pessoa)
Quando estou só reconheço
Se por momentos me esqueço
Que existo entre outros que são
Como eu sós, salvo que estão
Alheados desde o começo.
E se sinto quanto estou
Verdadeiramente só,
Sinto-me livre mas triste.
Vou livre para onde vou,
Mas onde vou nada existe.
Creio contudo que a vida
Devidamente entendida
É toda assim, toda assim.
Por isso passo por mim
Como por cousa esquecida.
(Fernando Pessoa)
(Imagem: Internet)
4 comentários:
Mais um belo poema de Fernando Pessoa, mas um pouco triste.
A profundidade do pensamento de Fernando Pessoa.
Lindo...
Gosto muito de Pessoa.
Pessoa... uma pessoa, um homem, mas invulgar, demiúrgo, extremamente inteligente, ensimesmado mas nada abúlico. Até hoje um enigma revisitado vezes sem conta...e por ser um enigma tão complexo, tão cheio de verdades ocultas, nunca será esquecido, mas sempre estudado e relembrado.
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