quinta-feira, julho 01, 2010

Momento de Poesia com Agostinho Fardilha


Júlio César o nome te deu,
uma morte covarde o abateu;
lavra e rega o lavrador ocupa,
havendo, porém, folga na labuta:
os festejos do agrado do plebeu.


Agostinho Alves Fardilha (o meu pai)
Coimbra

13 comentários:

Anónimo disse...

Vim espreitar e deparei com este belo acróstico no meu mês e dia de anos.

Bjs.

artes_romao disse...

boa tarde,td bem?
mais um lindo momento;)
fica bem,jinhos***

Bella disse...

Pois! É meio chato termos adoptado o calendário romano... cheio de mitologias... como país de lavoura o nosso calendário deveria ser o hebraico pois no médio oriente é muito usado para a agricultura! Acho que seria bem mais útil para nós mas enfim...

Bjs

Lilá(s) disse...

Lindo mmomento!
Bjs

Unknown disse...

Muito curiosa esta estrutura de poesia.
Bjs

Fatima Guerra (Mellíss) disse...

Mona Lisa querida

Lindo momento !
Os vínculos nascidos do amor são
formidáveis, infinitamente profundos, além do sangue.
Beijos
Fátima Guerra

lis disse...

oi Mlisa
Acrósticos me lembram a escola as primeiras investidas pra poetar.
Nem sempre dão resultados satisfatórios rrs
seu pai é um exemplo que deu certo.Parabéns

abraços amiga

Maria Clarinda disse...

Optimo, adorei.
Jhs

A Magia da Noite disse...

a tradição ainda é o que era, muito bom.

Anónimo disse...

Sua Santidade João Paulo II dizia:

«Precisamos de Santos modernos, Santos do século XXI,
que vão ao cinema, ouvem música e passeiam com os amigos.

Precisamos de Santos sociáveis, abertos, normais, amigos, alegres e companheiros.

Precisamos de Santos que estejam no mundo; e saibam saborear as coisas puras e boas do mundo,mas que não sejam mundanos.»

Sr. Dr. Agostinho Fardilha permita-me que lhe diga que "ouviu"
a grande mensagem de João Paulo II.

O mal de todos nós é pensarmos que para sermos santos é necessário algo de extraordinário, de sublime.

Quando nos entregamos aos outros, estamos a ser solidários. Estamos a distribuir felicidade.

Uma das suas formas de estar no mundo é escrevendo e partilhando.
Este seu gesto é de bondade.

Em relação ao acróstico mensal ao qual já nos habituou, mais uma vez nos conduz a um momento de paragem.
Paragem essa que quase não é feita, pois , hoje, todos nos queixamos que « não temos tempo para nada.»


É sempre um grande desafio para mim comentá-lo.
Como já dizia Ricardo Caeiro (heterónimo de Fernando Pessoa) «procuro dizer o que sinto. Sem pensar em que o sinto.»

Neste acróstico temos uma visão objectiva da natureza humana.
Nascemos e morremos.
A Vida e a Morte.

Interessante que o nosso poeta começa pela «morte» e não pela vida.
Pois a morte não é apenas uma passagem para uma nova vida?

Os dois primeiros versos,

«Júlio César o nome te deu,
uma morte cobarte o abateu;»

A morte "cobarte" o abateu é dum realismo duro.
A morte que "nenhum santo" poderá praticar.

Com estes dois versos temos a primeira parte bem diferenciada da segunda.

A FIDALGUIA

César foi um Imperador de Roma.
No entanto a supremacia da sua classe não o impediu que tivesse uma " pobre e terrível morte.

Na morte não há distinções de classes sociais!

O POVO

Os três últimos versos pertencem a esta classe, que apesar de ser pobre, "não deixa de ser rica".

A ruralidade narrada com marca de sensacionismo.

«... «lavra» e «rega» o lavrador ocupa».

O poeta "elogia" a vida rústica fazendo-nos sentir a felicidade

«havendo, porém, folga na labuta:
os festejos do agrado do plebeu.»

É de realçar a utilização do Gerúndio, uma forma verbal bem preferida pelo autor que nos dá uma ideia de continuidade nos trabalhos do campo.
O lavrador sabe utilizar o tempo:
«trabalha e diverte-se.

As pessoas simples sabem aproveitar os momentos da vida.
Como o tempo é irreversível viva-se com alegria e não se desperdice nenhum momento.

A linguagem desta segunda parte é simples directa e natural.
O povo é assim mesmo. Não é "artificial". É ele mesmo.Não procura disfarces.


Senti-me feliz ao fazer esta leitura e reflexão.

Às vezes o"medo" se apodera do nosso espírito, mas

«Só se deve temer o próprio medo»
( diz a lenda ... que são palavras de César)

O meu muito obrigada pela partilha sabedora.
Parabéns, mais uma vez.

Parabéns para ti, Elisa e também o meu obrigada.

Beijinhos.

Graça Pereira disse...

Um acróstico...perfeito! Linda herança a do teu Pai!
Beijo e bom fds
Graça

GRAÇA disse...

Venho desejar-te um bom fim de semana
Bjs
Graça

Adelaide Mesquita disse...

Realmente o teu Pai tem muito jeito.
Este mês de Julho é um dos meses por excelência de festas cá pelas nossas
terriolas.
Dá-lhe os meus parabéns!
Beijinhos

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