quinta-feira, dezembro 01, 2016

Sintonia entre olhar e poesia




Dois jovens, a cuja porta bateu
desemprego, um foi para a gricultura
de courelas d'outrem, de terra dura,
ela p'ra lavar roupa já acedeu.

Mãos à obra: nenhum esnoreceu.
Não vimos de barões de envergadura,
do peito lusitano, da bravura?
Mas há quem outro destino escolheu...

Vê-se estendal p'ra roupa bem secar?
Há improviso. Carece o dinheiro.
limpas as grades, elas estão mesmo a calhar.

Nos ferros o colorido dá ao terreiro
brilho para a Natureza alegrar.
Eis como o Amor foi um bom conselheiro.


Agostinho Alves Fardilha (o meu pai)
Coimbra

20 comentários:

Manu disse...

Como sempre e para iniciar bem um novo mês, vem um belo poema do teu pai.
Acho que a foto está bem interessante, gosto da roupa a secar, mas sobretudo da paisagem envolvente.
Bom feriado

Beijinhos Elisa

Os olhares da Gracinha! disse...

Um olhar que gosto de fotografar e que está maravilhoso,
Já fiz um belo momento poético!
Bj

chica disse...

Que lindo olhar e poesia do teu paiu1 Obrigadão pelo carinho lá! bjs, chica

Francisco Manuel Carrajola Oliveira disse...

Uma bela sintonia minha amiga e muito boa a poesia do pai.
Um abraço e continuação de uma boa semana.
Andarilhar

Cidália Ferreira disse...

Belo demais
Fez-me recuar uns bons anos:-)
Amei

Beijinhos
http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

Liliane de Paula disse...

Lindo esses clics do cotidiano.

Vc está melhor?

Elvira Carvalho disse...

Gostei.
Um abraço e bom feriado.

Emília Pinto disse...

Tanta gente nova aprisionada, Lisa! E, nesta poesia linda do teu pai está uma prova de que, tendo chegado o desemprego, o melhor é libertar os sonhos e agarrar o que aparecer; ficar preso ao passado, ao que se tinha, não traz pão para a boca; e" arregaçar as mangas " e começar de novo. O pior é quando não aparece esse novo começo!!!
Gostei muito, como sempre, amiga. Essas roupas ao sol fizeram- me voltar ao passado; era assim que a minha mãe secava as roupas quando eu era criança, roupas lavadas no tanque onde a água, no Inverno era autêntico gelo. Beijinhos, Lisa e espero que já estejas totalmente recuperada
Emilia

luisa disse...

O estendal improvisado está muito bem alinhado... :)

Lete disse...

Tão lindo e tão terno poema! Apetece dizer que o amor tudo vence. :)
Mais uma doce recordação do paizinho, no início do último mês do ano. Como o tempo voa! :(
Beijinho, Lisa, uma boa noite!

Marta Moura disse...

Adorei a foto!

Remus disse...

Para estender a roupa, basta existir um local solarengo. O resto é totalmente secundário, desde que a roupa não fique a roçar na terra.
E seja como for, quem estendeu esta roupa fez um bom trabalho. Não limitou-se a colocar a roupa nos gradeamentos, também a prendeu com molas da roupa. Ou seja, foi um trabalho totalmente bem pensado e com técnica avançada. A roupa foi estendida por um(a) profissional na matéria.
:-) :-P

Ana Freire disse...

Infelizmente uma realidade dos nossos dias... que vai batendo à porta de tanta gente... testando a firmeza dos laços afectivos...
Adorei o poema que a traduziu brilhantemente em palavras... e a imagem, que não poderia estar mais adequada!...
Beijinhos, Elisa! Bom fim de semana!
Ana

Anajá Schmitz disse...

O seu Agostinho nos encantando com sua bela obra. Retrato de uma triste realidade que se espalha por todos os continentes.
Bjos
Tenha uma ótimo fim de semana.

rosa-branca disse...

Um soneto lindo que adorei. Em tempo de guerra não se limpam armas e na falta do estendal as grades dão jeito mesmo. Lisa, tenha uma boa semana e beijos com carinho

O meu pensamento viaja disse...

Mas que lindo esse hino ao empreendedorismo.
Saudades do nosso poeta.
Beijinhos

Magia da Inês disse...

✿゚ه° ·.
Muito lindo! O amor é sempre bom conselheiro em quaisquer situação!...
A fotografia é mais do que linda, é artística!!!
Bom fim de semana!
Beijinhos.
💕ه° ·.

aluap disse...

Gosto da fotografia e a poesia do seu pai é sempre bem vinda.

Beijo amigo.

Ailime disse...

Boa noite Elisa,
Um poema magnífico de seu pai que a sua feliz foto tão bem emoldura.
Um beijinho.
Ailime

redonda disse...

Gostei da ordem e cor na fotografia e gostei muito do poema.

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