" Bancos de Jardim"
( Cardeal Tolentino de Mendonça)
" Às vezes,
ao passar por um jardim público, reparo nos bancos …
Muitos estão vazios.
Em muitos ninguém se senta.
Mas aqueles bancos têm uma espécie de vocação.
Eles existem para acolher a pausa, a espera,
a confidência, o esquecimento de quem passa.
Os bancos de jardim lembram- nos uma coisa essencial:
que não podemos viver sempre de pé, sempre em andamento,
sempre com pressa, sempre ocupados.
Temos de aprender a parar, a sentar- nos, a deixar qua a vida venha ter
connosco.
Há uma pedagogia própria nos bancos de jardim.
Eles ensinam que a lentidão não é um defeito, mas uma arte; que o silêncio não é uma falha, mas um bem necessário; que não fazer nada de vez em quando, é uma maneira de recomeçar.
Sentar-se num banco de jardim é também aprender a olhar: ver quem passa, reparar na luz, escutar os pássaros, reconhecer-se parte de um todo.
Um banco de Jardim não pede nada de nós, mas oferece-nos a oportunidade de sermos simplesmente Humanos ! "
Foto minha